A nova unidade do SESC – conjunto complexo de instalações de recreação e serviços – de acordo com programa específico elaborado pela entidade, localizado na esquina da Rua 24 de Maio com a Rua Dom José de Barros é um problema exemplar de transformação no patrimônio urbano construído.

Com estes horizontes o projeto proposto seguiu a seguinte ordem de idéias básicas:

1.Recuperar, aproveitar ao máximo a construção existente, demolindo-se acréscimos posteriores ao edifício original, principalmente a fim de clarear espaços e fazer o conjunto respirar melhor e também implantar-se de forma mais adequada aos novos usos.

2.Concentrar e isolar as instalações técnicas e principalmente mecânicas de apoio às diversas atividades sugeridas no programa da entidade, anexando-se, para tanto, a propriedade contígua na Rua Dom José de Barros – abandonada há alguns anos – com projeção de 7,00m X 20,00m para a construção de um complexo auxiliar de serviços e máquinas.

3.Associar, dois a dois, alguns andares do edifício para organizar alguns espaços marcantes do programa, com caráter de grande salão com pé-direito duplo e galerias superiores e debruçadas, a fim de valorizar recintos e evitar a monotonia da simples sobreposição de andares tipo. Por exemplo:
Grande Salão de Exposições e Galeria de Oficinas
 

 4.Organizar um sistema de circulação vertical, de acordo com as normas, eficiente eclaro e principalmente assegurar um conjunto de rampas que percorra toda a espacialidade do edifício para, além de sua função estrita, animar a vida do conjunto no seu evento cotidiano de modo desencadeado e lúdico, um passeio.


5.Destacar e garantir autonomia ao conjunto: escadaria, varanda-café, bilheterias, teatro, ensaios, camarins. Direta
e claramente ligado ao piso térreo da cidade.

6.Assegurar ampla e clara implantação no nível do pedestre na cidade, com o sentido de “passeio público” e acolhimento em praça coberta – Praça do SESC.

7.Distinguir o recinto Restaurante, de uso público livre, imediatamente acima do conjunto Praça e acolhimento do SESC.

8.Dispor alguns espaços em níveis estratégicos com o sentido de praças cobertas, sem vedação nas fachadas, jardins suspensos – Praça de Convivência, Jardim da Piscina.

9.Construir um Solário com Piscina, a céu aberto, associado aos vestiários convenientes e a um pavimento aberto com café
e pequenas refeições – Jardim da Piscina – formando, com as rampas, um conjunto peculiar de três pavimentos para um tipo
específico de recreação.

 

10.Para realizar estas transformações básicas e que de fato caracterizam o projeto proposto, do ponto de vista das técnicas
construtivas foram adotadas, além das demolições já mencionadas, as seguintes medidas:

 •demolir o saguão coberto da antiga Mesbla para criar um vazio no interior do prédio existente;
•construir uma estrutura independente, nova, apoiada em quatro pilares que sustentam os grandes salões intercalados – mencionados no item 3 – e o solário com piscina;
•rebaixar, um tanto, a área da atual garagem no subsolo para completar a espacialidade do Teatro e seus anexos.

Com estas considerações vale ainda relembrar o notável do lugar para este novo “jardim”: Viaduto do Chá, Teatro Municipal, Barão de Itapetininga, Av. São João, Praça da República e todos os teatros, livrarias, restaurantes e cafés, na redondeza, tão famosos na cidade.