Implantar o Centro Administrativo do Governo do Estado de São Paulo (CASP) nos Campos Elíseos, com seus quase 400 mil metros quadrados, implica, antes de qualquer outra coisa, definir uma estratégia de projeto que promova um diálogo entre as novas construções e a cidade existente. “Cidade existente” entendida não apenas na dimensão física e objetiva do espaço, mas principalmente em sua dimensão simbólica, social, cultural, econômica e política.

A escala e a localização do CASP demandam uma reflexão cuidadosa sobre este aspecto da arquitetura, pois seu alcance ultrapassa os limites de uma intervenção pontual. Sua solução, dada a complexidade inerente, só poderá ser bem-sucedida se decidida a partir de um amplo debate público e entendemos o estudo preliminar aqui apresentado como, antes de qualquer outra coisa, mais uma voz na necessária discussão.

Eis o desafio do nosso projeto: conceber uma estratégia de intervenção capaz de responder de maneira eficiente, econômica e ambientalmente responsável aos desafios do programa específico, e, ao mesmo, tempo de se constituir como um sistema aberto aos ajustes que a construção coletiva do espaço demanda, à medida que o projeto se desenvolva no futuro.

Com suas contradições e suas potências, os Campos Elíseos representam um setor de importância ímpar para toda a cidade, exigindo do projeto um marcado caráter urbano. Nesse cenário, um único desejo estrutura nosso projeto: afastá-lo deliberadamente de toda pretensão de monumentalidade, assumindo um caráter consoante e integrado na paisagem urbana, que valorize seu entorno, consolide os perfis edificados e deixe aberta a possibilidade de preservar, eventualmente, um maior número de edificações existentes.

Imaginamos um projeto capaz de “continuar um diálogo” entre a cidade construída e a cidade desejada, entre seus legados históricos e os desafios futuros que São Paulo enfrenta hoje. Para isso, o estudo preliminar estrutura-se em torno de cinco grandes assuntos:

  • a construção do endereço / lugar (o Jardim Urbano como marco na cidade);
  • a definição de uma morfologia urbana singular: edifícios-lâmina e edifícios-complemento;
  • o chão espesso e a multiplicação do pavimento térreo;
  • a horizontalidade como aspiração principal (flexibilidade e formas de amparar a “imprevisibilidade da vida”); e
  • o edifício poroso e o desejo de habitar os espaços intermediários (varandas, escadas abertas, praças elevadas e passarelas).

arquitetura

Marta Moreira

Milton Braga

Maria João Figueiredo

Martin Benavidez

 

colaboradores

Americo Ranzini Fajardo

Rafael Migliatti

José Augusto Beltrami

Gabriela Takase

Victoria Bonetti

Stefania Casarin

Camila Giuffrida

Leandro Quintero

Mateo Goyeneche Faya

Alen Gomez

Agustin Fiorito

Facundo Rasch

Imanol Cabezon

Nazareno Amici

 

engenharia civil

 Rui Furtado

 

instalações hidráulicas

Paulo Silva

 

climatização e conforto térmico

Carlos Almeida

 

instalações elétricas e produção de energia elétrica fotovoltaica

Raul Serafim

 

segurança e combate a incêndios

 Maria da Luz Santiago

 

demolições, escavação e contenção periférica

Rodrigo Andrade e Castro

 

instalações, equipamentos e sistemas de transporte pessoas e cargas

Rui Alves

 

acústica

Silvia Vilela