sesc galeria
mmbb + ben-avid
equipamento público
2025
são paulo - sp
projeto - concurso

Passado e futuro em diálogo no Sesc Galeria
1 Abordagem
A complexidade inerente ao restauro e à reciclagem do Edifício João Brícola, para abrigar o Sesc Galeria, torna a precisão conceitual e a austeridade projetual condições inescapáveis de um projeto à altura do desafio. Encontrando respaldo na figura bifronte de Janus símbolo da convivência entre passado e futuro, a proposta arquitetônica se expressa no olhar simultâneo do deus romano em duas direções, valendo-se da dialética entre a face exterior, preservada e testemunha da história, e a face interna, renovada e contemporânea, que expressa a identidade institucional do Sesc.
A abordagem parte de duas questões fundamentais: qual é o papel específico do futuro Sesc Galeria dentro do conjunto diverso de unidades da instituição? E o que exige, do ponto de vista edilício, uma proposta comprometida com a experimentação artística e a valorização social, em meio a uma transição tecnológica que transforma profundamente o mundo que conhecemos?
Diante dessas perguntas, o projeto se constrói com o desejo de integrar o programa de maneira fluida à dinâmica urbana, definindo seu caráter a partir das galerias do centro da cidade marcadas por passeios abertos, escadas rolantes e átrios e, ao mesmo tempo, oferecer uma infraestrutura técnica de ponta, acessível de forma popular e democrática. Trata-se de conceber uma arquitetura capaz de configurar disposições espaciais memoráveis, que acolha a inovação sem romper com o patrimônio, permitindo à instituição operar como catalisadora de encontros, experimentos e transformações sociais.
Para tal, a proposta estrutura-se em três eixos conceituais, imbuídos em uma transformação edilícia significativa, entretanto contida.
1.1 A praça coberta, ou de como dissolver os limites do edifício na cidade
Mantendo as fachadas externas e a volumetria original, o projeto concentra a transformação no chão e na contrafachada. O pavimento térreo é concebido como uma passagem, uma praça coberta de encontro e convivência, aberta à cidade, que se desdobra em dois níveis, não contíguos, articulados pelo sistema de circulação vertical do edifício. A Praça Inferior, contínua e ajardinada, imbrica os fluxos urbanos ao programa cultural do Sesc, configurando não apenas um acesso, mas uma sequência de situações espaciais que dissolve a dicotomia entre interior e exterior, público e institucional. A Praça Superior é um espaço aberto e permeável que oferece uma pausa no coração do edifício, com visuais para a paisagem urbana.
1.2 A rua mecanizada, ou do percurso como narrativa
Entre os diversos edifícios notáveis que compõem a genealogia arquitetônica do Sesc, dois deles orientam particularmente a abordagem: o Pompeia e o 24 de Maio. Em ambos os projetos, é a organização dos movimentos que determina não apenas a eficiência funcional, mas também a dimensão poética da experiência espacial. Ambos estruturam seus programas como uma pequena cidade: no Pompeia, uma rua horizontal; no 24 de maio, uma rua inclinada – a rampa. Seguindo essa tradição conceitual, a proposta reorganiza o conjunto das escadas rolantes existentes, conformando uma “rua mecanizada”. Inspirado nas emblemáticas galerias do centro paulistano, esse elemento conecta e ativa verticalmente os sete primeiros pavimentos com um percurso avarandado que liga a praça inferior à praça superior, oferecendo um passeio fluido entre os espaços mais festivos e convidativos da unidade.
Entre pausas e passeios, encontros e conversas, a rua mecanizada ensaia uma narrativa urbana — uma coreografia do cotidiano, encenada no grande espelho que ampara o vazio e transforma o deslocamento individual em uma experiência coletiva.
1.3 O periscópio, ou de como construir o vazio
Inspirado no Periscópio de Guto Lacaz do Arte Cidade 2 – a cidade e seus fluxos, um vazio espelhado perpassa o corpo inferior do edifício, iluminando seus interiores até o pavimento térreo. Esse gesto espacial conecta os diferentes setores do embasamento, conferindo unidade a um conjunto programático diverso e recompondo um edifício que tenderia à fragmentação topológica. Instalado na divisa de fundo, o espelho arremata visualmente o edifício e cria uma “sexta fachada”, interna, que dá identidade à nova ocupação. Trata-se de um dispositivo de múltiplas funções: reflete a luz natural até os níveis inferiores, amplia a percepção dos espaços, articula visualmente os programas empilhados, multiplica o jardim aterrado na cota da cidade e ancora a comunicação institucional por meio de telões distribuídos em diversos pavimentos. Como nas capelas barrocas americanas — austeras por fora, surpreendentes por dentro — o espelho revela uma dimensão inesperada do edifício, perceptível apenas no interior, em nítido contraste com a fachada externa rigorosa e fiel ao projeto original. Este não é um espelho narcisista, mas um dispositivo coletivo: não devolve a imagem de um “eu”, mas de um corpo coletivo em movimento—múltiplo, urbano, vivo.
2 Programa
A distribuição programática do edifício foi pensada em função de dois blocos nitidamente diferenciados. Num corpo inferior do edifício, entre o térreo inferior e o térreo superior, a “rua mecanizada” conecta os níveis que abrigam programas associados à experiência da deriva urbana – entendida como um percurso livre e exploratório: a galeria de eventos e exposições – a Praça Inferior –, o restaurante, as salas de experimentação artística, a biblioteca e o café/jardim/principal foyer do auditório – a Praça Superior. Esses ambientes destacam-se pela forte inter-relação, incentivando percursos variados e espontâneos.
O corpo superior, por sua vez, concentra espaços com funções mais específicas e direcionadas, voltadas sobretudo à gestão e a formação: CPF, áreas administrativas e Bem Viver. O auditório, na base do segundo corpo, mas fortemente relacionado ao topo do primeiro – a Praça Superior –, constitui com ela o encontro espacial e funcional dos dois blocos e o coração de toda organização.
3 Acessos e circulações
Os acessos urbanos se organizam a partir das três frentes do edifício, oferecendo em cada uma delas entradas para pedestres e ciclistas, francamente abertas às calçadas públicas. Completando o conjunto, foi proposto um acesso exclusivo de cargas e serviços na Rua Coronel Xavier de Toledo, a única das três ruas lindeiras com fluxo de veículos.
O sistema de circulação vertical é composto por escadas rolantes, elevadores, monta-cargas e escadas fixas – abertas e enclausuradas. A circulação horizontal organiza-se em torno do vazio principal no corpo inferior e na mesma projeção no corpo superior, próxima do recuo posterior, interligando os núcleos verticais e definindo percursos claros e contínuos. As escadas rolantes existentes, confortáveis e atraentes, serão estrategicamente reposicionadas para se integrarem aos principais fluxos, absorvendo grande parte da demanda cotidiana de deslocamento entre os pavimentos inferiores. Essa solução permite que os elevadores sejam dedicados prioritariamente à circulação vertical do corpo superior e ao atendimento de públicos com mobilidade reduzida, artistas, cargas técnicas e fluxos verticais mais extensos.
Um dos elevadores, localizado próximo ao acesso de carga, funcionará como monta-cargas, com portas em ambos os lados para operações versáteis e eficientes, facilitando o transporte de obras, equipamentos, técnicos e público especializado. As escadas fixas serão reconfiguradas para ampliar a conectividade interna e melhorar a relação com as fachadas externas, que poderão ter suas janelas reabertas para contribuir com a ventilação e iluminação naturais e oferecer novas visadas urbanas.
Duas escadas abertas no corpo superior conectarão diretamente duplas de andares programaticamente associados: os dois andares do CPF e os dois andares da administração e Bem Viver. Reforçarão assim a relação entre atividades institucionais e práticas de cuidado e promoverão percursos verticais fluidos entre as áreas de trabalho e espaços coletivos de descanso e descompressão.
A eficiência do sistema de circulação vertical foi testada por microssimulação no software MassMotion no horário de pico do almoço, demonstrando-se adequada tanto ao fluxo de visitantes quanto aos fluxos da articulação dos programas do Sesc. Para otimizar o funcionamento, os elevadores poderão ser segmentados por tipo de usuário, associando o grupo de elevadores próximo da Xavier de Toledo aos funcionários e o da Conselheiro Crispiniano ao público geral.
4 Preservação, restauro e reciclagem
O projeto reforça a sobreposição de camadas históricas no edifício, promovendo um diálogo respeitoso com a preexistência. A volumetria e as fachadas do edifício tombado serão preservadas e restauradas, incluindo a recuperação da pedra fingida e dos caixilhos de aço. Internamente, os espaços serão significativamente transformados para acomodar os novos programas, marcando o início de um novo ciclo histórico. A abordagem do projeto reconhece o valor da arquitetura Art Déco do Edifício João Brícola e sua relevância na verticalização e modernização da cidade. Além disso, compreende o edifício como parte essencial da ambiência urbana do Teatro Municipal, em conjunto com outras edificações emblemáticas como o Edifício Alexandre Mackenzie, o Hotel Esplanada, o Viaduto do Chá, a Praça Ramos de Azevedo e o Vale do Anhangabaú. Considerando que o prédio preserva sua integridade física, propõe-se prioritariamente ações de conservação e manutenção.
A remoção pontual dos caixilhos no sexto pavimento é proposta como uma ação reversível, respeitando o dimensionamento original dos vãos e criando uma nova conexão visual e espacial. Essa intervenção potencializa o uso público interno, sem comprometer o valor cultural reconhecido do edifício e seu contexto urbano. Os caixilhos existentes não atendem integralmente às exigências atuais de desempenho térmico e acústico necessárias para uma unidade Sesc. Dessa forma, a estratégia adotada prevê a recuperação dos caixilhos originais, complementada pela instalação de novas esquadrias de alto desempenho, posicionadas na face interna das fachadas. Este arranjo garante conforto ambiental e preserva as características originais
O espelho proposto estabelece uma relação visual entre o edifício e a cidade, trazendo o entorno urbano para dentro do espaço construído e potencializando a interação visual entre o edifício João Brícola e o Teatro Municipal. A instalação de telas LED por trás de alguns dos seus panos de vidro, estrategicamente posicionadas, resgata a ideia histórica do “outdoor” que caracterizou a fachada do antigo edifício Mappin, atualizando-a como um elemento organizador da comunicação visual do novo Sesc Galeria. A iluminação será predominantemente interna, destacando a composição arquitetônica através do contraste entre cheios e vazios. Dessa forma, o edifício se destacará pela transparência sutil e elegância visual, sem recorrer a uma iluminação externa ostensiva.
No interior, os elementos estruturais isolados serão expostos em concreto aparente, com a remoção dos grossos revestimentos para diminuir suas dimensões, peso visual e interferência espacial. Por outro lado, grandes planos de alvenaria, como as faces internas das fachadas, serão mantidos revestidos, preservando características históricas internas do edifício. Novos elementos introduzidos serão solucionados em aço e vidro, reforçando a distinção clara entre o original e o contemporâneo.
5 Estrutura
O projeto estrutural concentra-se em intervenções pontuais e estratégicas, buscando minimizar tanto a complexidade técnica quanto os custos das obras. As ações incluem a criação do vazio principal e dos pés-direitos duplos do teatro e de uma das salas de experimentação artística. A remoção de vigas e lajes será localizada e criteriosa, preservando o funcionamento original dos pórticos de concreto armado. Nos pilares, cuja esbeltez aumentará com a retirada de vigas, serão aplicados reforços estruturais metálicos em forma de bainhas para evitar a flambagem. Como princípio arquitetônico, esses reforços permanecerão aparentes, tornando-se elementos expressivos da solução proposta. No subsolo, será executado um novo muro de arrimo em concreto armado para conter o reaterro destinado ao jardim do térreo.
O vazio central será resultado da supressão de módulos inteiros da trama estrutural original. A parede remanescente junto à divisa, agora com cargas reduzidas e altura de flambagem aumentada, terá seus pilares contraventados aproximadamente nos terços da sua altura. Uma transição estrutural será implantada sobre a porção central do vazio, por meio de dois novos pilares e duas vigas metálicas, responsáveis pela transferência das cargas provenientes do volume saliente da torre. A subestrutura do espelho será integralmente executada em aço. Para permitir a realocação das escadas rolantes, trechos pontuais das lajes serão demolidos e substituídos por novas vigas metálicas. Finalmente, no auditório, para viabilizar o pé-direito duplo e atender às exigências de visibilidade, módulos de lajes nos 7º e 8º andares serão demolidos e uma nova laje inclinada de estrutura metálica será instalada para configurar a plateia, funcionando simultaneamente como travamento horizontal dos pilares existentes.
6 Sustentabilidade e Conforto ambiental
Para tornar o Sesc Galeria uma edificação exemplar em desempenho ambiental, foram definidas diretrizes claras relacionadas ao consumo energético, gestão eficiente de águas pluviais e tratamento sustentável de esgotos. Ambas as praças, superior e inferior, bem como as circulações horizontais e os halls de acolhimento em cada andar, configuram-se como espaços avarandados e urbanos, sem fechamentos verticais completos. Dessa forma, apenas 58% das áreas internas cobertas necessitarão de climatização artificial, reduzindo significativamente o consumo energético global.
Outras estratégias incluem ventilação cruzada e o aumento da iluminação natural, centralização dos sistemas técnicos para economia de escala e eficiência energética, posicionamento otimizado das centrais de HVAC próximas às zonas climatizadas, reutilização eficiente de águas cinzas e pluviais armazenadas em reservatórios no subsolo, e geração de energia renovável por meio de painéis fotovoltaicos e coletores solares para aquecimento de água.
7 Instalações HVAC
Visando a eficiência energética e a compatibilidade com o edifício existente, propõe-se a adoção de um sistema de climatização do tipo VRV/VRF. Os condensadores serão distribuídos em dois níveis: nas lajes de cobertura do embasamento de seis pavimentos, atendendo os andares inferiores, e na cobertura do 14º pavimento, para os andares superiores. A partir de shafts verticais, a tubulação frigorígena será conduzida até cada pavimento a ser climatizado. A distribuição horizontal nos andares será aparente – de um modo geral, propõem-se que as diversas instalações prediais sejam aparentes – e atenderá unidades evaporadoras do tipo cassete ou unidades do tipo dutado, conforme a característica dos ambientes.
A renovação de ar será garantida por captação de ar externo junto às fachadas de cada andar, com tratamento e filtragem, sendo posteriormente distribuído às unidades internas. Está prevista também exaustão mecânica em sanitários e áreas técnicas, como depósitos, garantindo conforto térmico, qualidade do ar e desempenho adequado do sistema.
8 Instalações Elétricas e hidráulicas
Propõe-se aproveitar ao máximo as instalações existentes do edifício, tais como a entrada principal de energia, o gerador existente (com realocação prevista) e os reservatórios inferior e superior de água. Os núcleos dos elevadores serão os principais elementos organizadores dos diversos shafts técnicos destinados às instalações elétricas, hidráulicas e de dados. Núcleos sanitários e vestiários estarão sempre localizados próximos a esses núcleos, minimizando assim percursos horizontais extensos das instalações hidráulicas. Em cada pavimento foram previstas duas salas técnicas para instalações elétricas e de sistemas (dados) junto dos dois núcleos da circulação vertical. Na cobertura, está prevista a instalação de painéis fotovoltaicos, reforçando o compromisso do projeto com a eficiência energética e a sustentabilidade.
9 Combate a incêndio
A proposta de prevenção e combate a incêndio adota uma estratégia integrada, baseada nas Instruções Técnicas nº 43/2025 e nº 09/2025, que admitem soluções técnicas alternativas com desempenho equivalente às normas vigentes, desde que comprovadas por documentação elaborada por profissional habilitado. Considerando que o edifício mantém sua estrutura original e está sendo adaptado a um novo uso, propõe-se um sistema de controle de fumaça passivo e natural, em alternativa à extração mecânica.
O projeto propõe o aproveitamento de infraestruturas existentes — como a pressurização das escadas enclausuradas e a rede de hidrantes e sprinklers —, aliadas a um sistema vertical de extração natural de fumaça, viabilizado pelo próprio vazio do edifício. Esse vazio, com 27 m de altura (24 m do último piso até o piso de saída) e amplas áreas de entrada (170 m²) e saída (160 m²) de ar, atua como duto de efeito chaminé, com capacidade estimada de renovação de ar de mais de 600 trocas por hora em caso de incêndio, superando largamente os parâmetros de referência internacional. As entradas de ar serão garantidas pela fixação dos caixilhos das áreas com ventilação natural na posição aberta.
A proposta será formalmente complementada por uma simulação CFD (Computational Fluid Dynamics), que testará e comprovará, conforme as normas NFPA 92 e ISO 13571, a adequação dos tempos de escape, níveis de visibilidade e controle da propagação da fumaça em cenários de incêndio. A partir desse estudo, será definida a eventual necessidade de implantar, de forma complementar, cortinas corta-fogo móveis com TRRF de 120 minutos, localizadas no perímetro do vazio (alinhadas por trás das escadas rolantes em relação ao vazio), assim como um sistema de sprinklers auxiliar na supressão térmica e na contenção de fumaça lateral, reforçando a estanqueidade dos compartimentos.
10 Paisagem e Jardins
O paisagismo proposto é marcadamente urbano, definindo não apenas as áreas ajardinadas, mas também o tratamento das pavimentações do edifício e o efeito visual gerado pelo espelho, criando assim uma unidade com o entorno da cidade. Desse modo, os dois níveis que configuram o térreo inferior e superior utilizam o ladrilho hidráulico característico do centro da cidade, estabelecendo uma praça virtual destacada por um padrão gráfico, mantendo, porém, continuidade com o calçamento urbano adjacente.
Para tornar as praças mais acolhedoras e atraentes, foram propostos 3 jardins significativos: um grande jardim sobre solo natural na base do vazio, cuja presença é duplicada pelo espelho, estabelecendo um diálogo visual com o Teatro Municipal; um jardim surpreendente na praça superior, oferecendo-se como um remanso tranquilo no centro do edifício (e no centro de São Paulo); e, na calçada em frente ao Teatro Municipal, um acolhedor espaço delimitado por bancos, criando uma convidativa área de estar ao ar livre. As espécies vegetais selecionadas seguem uma abordagem sóbria, potencializando as qualidades arquitetônicas do edifício. No espaço principal, está previsto um jardim composto por um conjunto delicado de árvores afiladas, contrastado no plano inferior por uma submata variada, que é valorizada pela duplicação visual no espelho.
Equipe
MMBB Arquitetos + Ben-Avid
Maria João Figueiredo
Marta Moreira
Martin Benavidez
Milton Braga
colaboradores
Alen Gómez
Americo Ranzini Fajardo
Carolina Bueno
Facundo Rasch
Florencia Muguiro
Gabriela Takase
Joaquin Carreras
José Augusto Beltrami
Lautaro Merlo
Leandro Quintero
Lucas Reinaudo
Nicolás Danza
Ozana Sousa
Rafael Migliatti
Stefania Casarin
Victoria Bonetti
consultores
consultora de estrutura
Heloisa Maringone
consultor de circulação de pessoas e microssimulação
Mike Nicholson
consultor de proteção e combate a incêndio
Nilton Miranda
instalações prediais
Ramosca & Castellani
consultor de climatização e exaustão
Roberto Montemor
consultor de paisagismo
Rodrigo Oliveira Paisagismo
consultor de patrimônio
Silvio Oksman

























