Infra-estrutura e o Projeto Urbano
Milton Braga

 A hipótese que conduz o trabalho atribui às infra-estruturas uma progressiva importância na estruturação e qualificação espacial das cidades cada vez mais cambiantes, ao constituírem as estruturas físicas e as funções urbanas e metropolitanas de maior permanência. Na primeira parte da tese, são avaliadas as infra-estruturas de menor porte, compostas pela parte capilar das redes urbanas, como avenidas de pequena importância viária, ruas, praças e demais logradouros menores, que configuram o espaço do convívio público enquanto estrutura espacial e arcabouço simbólico da escala local. A segunda parte é dedicada às infraestruturas de maior porte, constituídas pela rede dos principais fluxos metropolitanos, as quais, ao mesmo tempo em que promovem articulações funcionais de grande distância, são, em geral, conflitantes com o espaço urbano local por onde passam e fatores da sua desestruturação. O trabalho defende que as grandes infra-estruturas, quando se tornam objeto de preocupações urbanísticas e incorporam critérios além daqueles funcionais e específicos dos respectivos sistemas, podem adquirir condição similar às das pequenas infra-estruturas, estabelecendo intensa relação com sua vizinhança. Nesta condição, desempenham papel relevante na qualificação espacial dos arredores e contribuem para a construção de espaços de convívio adequados, física e simbolicamente, em ambas as escalas: a urbana e a metropolitana.