A futura unidade do SESC SP em Guarulhos estará em posição peculiar: no limite entre o Aeroporto Internacional, da sua paisagem e do seu movimento, e a área central da cidade, dos densos bairros populares e da vida cotidiana de seus habitantes.
Uma proposta de implantação deste equipamento deve ter como ponto de partida, ou ao menos como dado de fundamental importância, não só a localização do terreno, como o fato dele estar inserido
dentro de um parque público, o Parque Vicente Leporace.
Nossa proposta visa tirar máximo proveitodesta inserção na cidade, dando ênfase àrelação com o meio-ambiente, principaldiretriz expressa pelo SESC SP.
Parque
Os limites entre o parque e a nova construção não serão definidos de maneira a desmontar a integridade da área, mas apenas a estabelecer diferentes domínios, o de uso público e o de uso restrito.
Uma plataforma de continuidade espacial e programática, com desníveis definidores destes domínios, deverá ser construída, desenhando e mantendo a apreensão de um único espaço.
Cidade
O acesso ao conjunto será feito em dois pontos distintos: um na face voltada ao bairro, ao pedestre, à escala local; o outro, na face voltada à avenida, à paisagem do aeroporto, à escala regional.
A diferença de caráter será revelada na maneira como a construção se coloca para o restante da cidade. No acesso da Rua Santa Bárbara, na cota do térreo superior, o pedestre será recebido pelo jardim central e terá, do alto do terreno, a visão do conjunto; no da Avenida Guilherme Lino dos Santos, o visitante terá a visão da fachada, identidade institucional, que, revelada com o desnível do terreno, organiza o estacionamento e o fluxo de serviços/ carga e descarga.
Áreas livres e jardins
O jardim central é o grande articulador do conjunto: é nele que se conectam os dois acessos; é para ele que se voltam as marquises, os espaços de vivência e as varandas abertas que circundam os edifícios.
É nele também que se realizam as ações de educação ambiental, as festas, os jogos e apresentações.
Junto aos limites laterais do lote, jardins de menor dimensão configuram pátios reservados e se relacionam com os usos dos edifícios e
do parque público.
Sustentabilidade
O modo como os edifícios são pensados e, em especial, o modo como se relacionam com o jardim central, com os pequenos pátios e com o parque, configuram a principal tentativa de incorporar e promover o uso racional dos recursos naturais e de reduzir os custos de construção e manutenção do conjunto.
A adoção de varandas abertas como solução global de circulação garante o sombreamento das fachadas, minimizando a utilização de ar condicionado, restrita apenas ao teatro e ao Centro de Formação Musical Elementar. Da mesma forma, rampas e escadas integram o circuito de varandas em torno do jardim
central contribuindo para a utilização menos freqüente de elevadores. Toda água proveniente das chuvas será recolhida e, assim como as águas residuárias, deverá ser armazenada e reutilizada no próprio edifício.
Os usos que geram ruído foram dispostos de maneira abrigada, seja na porção escavada do terreno, ou no interior do edifício do teatro, de maneira a preservar a vizinhança.
Conjunto de edificações
O pedestre que chega pela face voltada ao bairro, o acesso de escala local, não tem impedida a vista da paisagem, pois o patamar definido pelas coberturas dos dois pavilhões, o esportivo e o de acolhimento, se colocam no mesmo nível das cotas superiores do parque. Apenas o edifício cultural e a torre da caixa
d´água se destacam, marcando a face para a
escala regional. Os usos nos edifícios são agrupados não apenas por programa, mas também por
dimensão.
Estação de educação ambiental
A estação de educação ambiental, equipada com um pequeno auditório e um espaço para exposições e oficinas, desenha o patamar e a escadaria de acesso local. As atividades promovidas pela estação irão se estender para o jardim central e poderão ser observadas das varandas por todos os visitantes.
Pavilhão esportivo
O pavilhão esportivo congrega programas que exigem grandes ambientes cobertos, como as quadras e a piscina olímpica. A grande cobertura construída para proteger estes ambientes cria o patamar das quadras
poliesportivas e da cancha de areia, além da esplanada das quadras. Assim como acontece em todo o conjunto, a circulação e a permanência são garantidas pelos passeios e desníveis abertos ao jardim central.
Pavilhão de acolhimento
Complementando os programas de lazer e atividade física e concentrando os serviços de manutenção e de atendimento ao público, o pavilhão de acolhimento marca a identidade institucional do SESC SP.