Uma clareira construída no meio da mata de Campos do Jordão será, por um determinado espaço de tempo, o centro da vida de um grupo de jovens músicos em formação. As novas instalações de apoio ao Auditório Cláudio Santoro deverão ocupar os dois patamares em desnível do lote vizinho ao auditório, respeitando a condição de área de preservação permanente, e definindo uma ocupação que traga para junto de si a vegetação a ser recuperada.

Nossa proposta visa tirar máximo proveito desta condição especial, estabelecendo uma intervenção respeitosa às condições existentes e reservando a superfície do terreno às atividades de vivência e didáticas.

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A divisão do terreno em dois patamares definiu a organização dos usos: as áreas de uso coletivo e as áreas de uso privativo. As primeiras, ligadas ao terreno e aos seus dois patamares; as segundas, destacadas da topografia.

O pavimento térreo, pelo qual se dá o acesso e onde se realizam as atividades administrativas, é ampliado além dos limites do patamar superior, estendendo-se sobre o outro e criando, agora em altura, o espaço de vivência debruçado para a paisagem e para a mirada da Pedra do Baú.

O talude entre os dois níveis, antes mero resultado da enorme movimentação de terra, cicatriz inapagável de uma intervenção anterior, é domesticado, redesenhado, recomposto, e torna-se peça chave do projeto. Opondo-se à sua superfície sólida e completando o contorno de um espaço por ele insinuado, um volume edificado repleto de movimentos e de sons que escapam aos olhos pelas suas transparências configura um pátio: uma clareira cujo programa é a música.

Sobre o pátio sinuoso projeta-se a sombra de forma rigorosa do bloco de alojamentos, conformando um outro limite para o desenho da clareira.

Com janelas de salas de aula e de ensaios, passarelas de acesso, escadas, circulações dos alojamentos e taludes convertidos em arquibancadas, tornam-se as atividades espontâneas e não programadas, parte da experiência do espaço, parte integrante do programa: desenhou-se o encontro.