O projeto da residência na Fazenda Santa Rita buscou a redefinição do território de sua implantação. Um sítio, próximo à sede da fazenda, onde não se observa nenhuma edificação existente, apenas a bela paisagem marcada pelo trabalho no campo. O projeto
partiu do desejo de afirmar, com o desenho da nova casa, a contínua reconstrução desta paisagem.
Dois muros de pedra, referências horizontais de cerca de 50 metros de extensão, foram seccionados por uma plataforma, também de pedra, definindo o ponto de origem da área de domínio da casa. Estes muros suportam um telhado de duas águas, o qual conforma o espaço abrigado da casa. As diversas áreas necessárias para acolher o programa flexível de uma residência, sucedem-se linearmente neste grande e único pavilhão. Dois blocos internos, de paredes de alvenaria e soltos dos muros, estabelecem o limite entre as áreas fechadas e a circulação.
A plataforma, por sua vez, é um grande pier que aponta ao horizonte. O projeto procurou fazê-la um piso inserido no meio desta paisagem e, ao mesmo tempo, dela distanciado.
Por fim, um plano inclinado de concreto foi desenhado junto ao córrego não perene, espelho d’água no verão e pátio seco no inverno, marcando, opostamente, a ação da natureza sobre o espaço construído.